Déficit em produtos químicos, de US$ 2,5 bilhões, é recorde para meses de janeiro

As importações brasileiras de produtos químicos totalizaram US$ 3,6 bilhões em janeiro de 2019, o que representa um aumento de 7,3% na comparação com dezembro passado e de 13% na comparação com janeiro de 2018. Apropriando-se de expressiva parcela da retomada das compras internas, as importações mensais em produtos químicos têm sido superiores a US$ 3 bilhões, desde abril de 2018. Os intermediários para fertilizantes representaram 17,3% desse total (US$ 618,8 milhões), fazendo desse grupo de produtos o mais importado pelo País no primeiro mês do ano, com expressivo aumento, de 57,7% em relação às importações desses produtos em janeiro passado.

Já as exportações de produtos químicos, de US$ 1 bilhão, registraram queda de 17% na comparação com janeiro de 2018. As resinas termoplásticas continuaram como os produtos químicos mais exportados pelo País, representando 16,4% (US$ 171,4 milhões) das vendas externas brasileiras de produtos químicos, apesar do recuo de 7% do valor exportado na comparação com o mesmo período do ano passado.

O resultado da balança comercial de produtos químicos indicou um déficit de US$ 2,5 bilhões em janeiro, recorde para meses de janeiro em toda a série histórica de acompanhamento deste indicador, e de US$ 30,2 bilhões nos últimos doze meses (fevereiro de 2018 a janeiro de 2019).

Em termos de volumes, as importações de 3,6 milhões de toneladas representam, respectivamente, um aumento de expressivos 24,2% em relação a janeiro passado, mas recuo de 13,6% na comparação com dezembro de 2018. Tal resultado se deveu, em grande parte, à elevação das compras de intermediários para fertilizantes, que totalizaram 2,1 milhões de toneladas, aumento de 36,1% na comparação com o primeiro mês de 2018. Por sua vez, as exportações de 1,2 milhão de toneladas significaram uma retração de 25,2% em relação a janeiro do ano passado, devido particularmente à redução de vendas ao exterior de produtos inorgânicos (queda de 31,9%).

Segundo o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, é necessária atenção ao preço do gás natural no Brasil, três vezes superior ao preço norte-americano. “No segmento de fertilizantes, que causa o maior déficit da balança comercial de químicos, o gás natural é usado como energia e matéria-prima e representa cerca de 85% do custo dessas plantas. É necessário que o custo de energia e insumos permitam às empresas brasileiras competirem no mercado nacional e internacional, caso contrário o Brasil continuará a ser mercado de desova de produtos excedentes de outros países”, afirma. 

Para a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, a intensificação do processo de integração do Brasil ao mundo é uma linha de atuação manifesta no novo Governo e será preciso muito diálogo entre o setor privado e as autoridades para que o País consiga efetivamente alavancar as potencialidades do comércio exterior na retomada do desenvolvimento econômico sustentável. “Somos favoráveis a um processo de integração comercial responsável, gradual, progressivo e que favoreça a opção negociadora, inclusive, para abertura de novos mercados para produtos brasileiros no exterior de maneira preferencial de comércio. Em nossa visão, ele deve ser concomitante à resolução dos graves problemas estruturais brasileiros em termos de logística, custo de energia, disponibilidade e custos de matérias-primas e insumos fundamentais, como o gás natural, todos esses fatores comumente denominados de custo Brasil, e igualmente acompanhado do conjunto de reformas preconizadas pelo Governo, em especial àquelas da previdência e tributária, que assegurarão novo patamar de competitividade às empresas brasileiras, que já são extremamente competitivas “da porta para dentro”, destaca Denise.

Fonte: Abiquim

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