Consulta com farmacêutico cresce no Brasil e pode desafogar serviços de saúde superlotados

A Associação Brasileira de Rede de Farmácias e Drogarias, Abrafarma, divulgou que no primeiro semestre de 2019 foram realizadas 862.623 consultas farmacêuticas no país, um aumento de 62% em relação ao ano anterior. Ao todo, 7,8 mil farmacêuticos atuam nesse tipo de atendimento. Dos 2.964 espaços dentro das farmácias, 1.029 estão em São Paulo.

Segundo a entidade, os consultórios farmacêuticos estão se consolidando em todo o país.

Normalmente, as consultas ocorrem em uma sala dentro da farmácia em que o paciente é atendido por um farmacêutico e tem privacidade para tirar dúvidas, relatar problemas com o uso de medicamentos, além de ser uma oportunidade de o farmacêutico avaliar os medicamentos que o paciente está tomando, verificar possíveis interações, efeitos colaterais, realizar serviços clínicos como aferição de pressão arterial e glicemia e orientá-lo sobre os procedimentos a serem adotados. O Farmacêutico também pode prescrever medicamentos isentos de prescrição médica ou entrar em contato com o médico ou encaminhar para outro serviço de saúde, se necessário.

Apesar do conhecimento sobre a ação dos medicamentos, as possibilidades do farmacêutico são limitadas pela pressão de entidades médicas. A ampliação desse tipo de consultório e abrangência legal, inclusive com mudanças no currículo das faculdades de Farmácia, podem diminuir as filas em serviços de saúde e facilitar o acesso à saúde pela população. O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo considera que os consultórios farmacêuticos contribuem para orientar o paciente e que isso melhora a adesão ao tratamento.

Como funciona o consultório atualmente?

O farmacêutico faz um cadastro com os dados, realiza a anamnese farmacêutica (um tipo de entrevista para conhecer o histórico de saúde do paciente e quais os medicamentos ele utiliza continuamente ou esporadicamente), presta serviços como aferição de pressão arterial, temperatura, glicemia capilar (diabetes) e, se necessário, encaminha a outro profissional de saúde. O serviço é documentado e o farmacêutico se responsabiliza por cada procedimento realizado não apenas na farmácia, mas dentro do consultório.

O consultório farmacêutico não faz diagnóstico de doenças, mas acompanha o paciente no controle das enfermidades crônicas já diagnosticadas para estimular a adesão ao tratamento e maximizar os resultados. Muitas vezes, a falta de adesão ocorre porque os medicamentos indicados provocam reações adversas, o que leva o paciente a interromper o tratamento.

Nesses casos, o farmacêutico verifica se o medicamento está sendo utilizado de forma adequada e, se necessário, entra em contato com o médico ou outro profissional prescritor para relatar o problema e até sugerir a substituição do medicamento. O consultório reaproxima o paciente do farmacêutico e resgata a relação que existia antigamente quando muitos tinham um farmacêutico de confiança no bairro.

Um exemplo é em relação aos pacientes idosos, que comumente utilizam mais de quatro medicamentos, a chamada polifarmácia. Muitos tomam fora de horário, de dose e sofrem com as reações adversas, dificuldades que podem ser solucionadas no consultório farmacêutico.

Fonte: Panorama Farmacêutico

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