A concentração na indústria farmacêutica estende-se aos dados sobre a venda de medicamentos no Brasil. Estima-se que mais de 40 mil remédios já tenham sido registrados pela Anvisa, sendo que 5,2 mil estão em comercialização atualmente. Mas 10% do faturamento do setor é resultado de apenas dez produtos.
Os indicadores da Close-Up International dizem respeito ao volume de negócios no varejo farmacêutico nos últimos 12 meses até fevereiro deste ano. Juntos, esses dez medicamentos movimentaram R$ 9,14 bilhões no período. A receita total foi de R$ 95,12 bi.
O avanço dos remédios top 10 foi de 23% frente ao intervalo de março de 2022 a fevereiro de 2023, bem superior ao percentual de crescimento geral – 9,9%. Para completar o cenário de concentração, três players da indústria farmacêutica emplacaram dois medicamentos cada no ranking. São elas a Novo Nordisk (Dinarmarca), a AstraZeneca (Reino Unido) e a Sanofi (França).
O carro-chefe da farmacêutica escandinava encabeça com folga a lista dos medicamentos com maior faturamento. O Ozempic gerou uma receita de R$ 3,06 bilhões nas farmácias, mas a onda parece ter se acalmado.
Ao mesmo tempo em que seu valor de mercado na Bolsa de Valores europeia disparou, desde o ano passado a Novo Nordisk vem convivendo com problemas associados ao desabastecimento e à falsificação. Como resultado, teve um tímido aumento de 9,6%. E a concorrência busca alternativas para avançar na categoria de remédios contra diabetes e obesidade. O diabetes, aliás, é tratado por cinco dos dez remédios que figuram na lista.
A segunda colocação foi ocupada pela AstraZeneca com o Forxiga, o fármaco cujo faturamento mais evoluiu no período. A alta foi de 72%, garantindo um salto de cinco posições.
Depois desse medicamento, o maior incremento percentual pertenceu ao Venvanse, da Takeda, com 39%. E a expectativa é que esse remédio ganhe ainda mais visibilidade, não só pela perda de patente neste ano como também pela crescente procura por executivos para casos de TDAH.
Fonte: panoramafarmaceutico