Importação de medicamentos mais que triplica em 10 anos

O avanço dos investimentos em ritmo inferior ao do crescimento do mercado farmacêutico tem contribuído para a crescente participação de medicamentos importados no Brasil. Em dez anos, até 2015, segundo levantamento da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), enquanto o faturamento do setor cresceu 79%, para US$ 16,1 bilhões, as importações de remédios saltaram 212%, a US$ 5,9 bilhões.

Considerando-se também os princípios ativos, cujas compras externas tiveram crescimento de 129% em dez anos e são fundamentais para a produção local, para US$ 2,5 bilhões, a participação dos importados no mercado brasileiro passou de 33% em 2005 para 52% em 2015.

\”O faturamento da indústria farmacêutica tem crescido, mas as importações crescem mais. Isso mostra que temos nos equivocado quanto às políticas setoriais, o que torna o país pouco atrativo a novos investimentos\”, diz o diretor de acesso ao mercado da Interfarma, Pedro Bernardo.

Na avaliação do executivo, a elevada participação do Estado nesse setor – é o governo quem determina o preço máximo de milhares de medicamentos vendidos no país, por exemplo -, a falta de transparência na elaboração das regras e as mudanças constantes de regulação estão entre os fatores que explicam as dificuldades para tomada de decisão de investimentos no país.

No auge econômico mais recente, conta Bernardo, o Brasil perdeu um projeto de fábrica para a Grécia por causa desse ambiente. Questões tributárias e segurança jurídica deveriam estar no topo da agenda microssetorial se a intenção é atrair novos projetos para o país – o fato de o Brasil ter se tornado um grande importador de princípios ativos também é apontado como obstáculo a novos investimentos. \”Existe investimento, mas em ritmo inadequado\”, reitera.

Considerando-se a soma de medicamentos e insumos farmacêuticos, as importações subiram 182% em dez anos, para US$ 8,4 bilhões. Esse valor se compara ao faturamento de US$ 16,1 bilhões da indústria em 2015, perfazendo uma participação de 52%.

“Isso gera desemprego. Isso afeta os investimentos em tecnologia, em pesquisa clínica, em diversos aspectos que prejudicam a atuação do setor no País, por mais que o faturamento esteja crescendo\”, diz em nota o presidente-executivo da Interfarma, Antônio Britto.

Fonte: Valor Econômico

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