As importações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 5,3 bilhões em julho, aumento de 4,1% na comparação com o mês anterior, junho, e de expressivos 45,4% em relação ao mês de julho de 2020. Pelo segundo mês consecutivo, os valores importados ultrapassaram a marca dos USS 5 bilhões. Já em termos de volumes, as movimentações foram, no mês, de 5,3 milhões de toneladas, com elevação de 4,7% na comparação com junho e de 11,1% em relação ao mesmo mês de 2020. Julho de 2021, portanto, entra para a história da balança comercial em produtos químicos como o mês em que, simultaneamente, novos e alarmantes recordes são estabelecidos para os valores e quantidades adquiridos.
As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, somaram, em julho, US$ 1,26 bilhão, elevação de 4,3% em relação ao mês anterior, junho, mas uma queda de 10,2% das quantidades vendidas ao exterior, que foram de 1,3 milhão de toneladas no mês.
No acumulado deste ano, entre janeiro e julho, as importações de produtos químicos alcançaram US$ 30,3 bilhões, o que representa um forte avanço de 30,6% em relação ao mesmo período de 2020. Já as exportações brasileiras dessas mercadorias tiveram um aumento de 18,1%, totalizando US$ 7,7 bilhões até julho, desempenho especialmente concentrado nos positivos resultados dos grupos de produtos inorgânicos (US$ 2,4 bi, aumento de 11,9%) e orgânicos (US$ 1,7 bi, aumento de 37,2%) diversos.
Com esses resultados, o déficit na balança comercial de produtos químicos chegou, até julho, à marca de US$ 22,6 bilhões, considerável aumento de 35,5% em relação ao mesmo período de 2020. Nos últimos 12 meses, de agosto de 2020 a julho deste ano, o déficit comercial somou inéditos e consternadores US$ 36 bilhões.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, os números da balança comercial sistematicamente comprovam que a indústria química é um dos setores econômicos que mais tem condições para colaborar mais objetivamente na recuperação econômica nacional e ser um dos mais dinâmicos nos próximos anos, mas adverte que ainda são críticos os desafios no curto e médio prazos para manter unidades operando no País e atrair investimentos. “O novo mercado do gás indiscutivelmente tem potencial de ‘reinventar’ o setor químico no Brasil. Contudo, temos que lembrar que seus efeitos passarão somente a ser percebidos nos próximos anos, enquanto seguem críticos os desafios de competitividade no curto prazo para a manutenção de operações industriais no País. Estamos especialmente preocupados com os eventuais custos incrementais de energia nos próximos meses, pois o setor trabalha em processo contínuo e o terceiro trimestre costuma ser o mais dinâmico em ritmo produtivo”, destaca Ciro Marino.
Fonte: Abiquim