As importações brasileiras de produtos químicos no primeiro semestre do ano totalizaram US$ 20,4 bilhões, aumento de 6,1% em relação ao igual período de 2018, o que praticamente iguala o resultado aos níveis prévios ao ciclo de retração da economia brasileira que se iniciou em 2014. Em uma avaliação mensal, o valor importado é superior a US$ 3 bilhões em todos os meses desde março de 2018.
Em volume, as compras externas tiveram comportamento ainda mais intenso, elevação de 14,8%, com movimentação de 20,5 milhões de toneladas, sendo o segundo maior em quantidades importadas para toda a série histórica de verificação da Abiquim, com aumentos em praticamente todos os grupos de produtos (inferior somente ao total verificado no primeiro semestre de 2017, de 20,8 milhões de toneladas).
Entre janeiro e junho de 2019, as exportações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 6,3 bilhões, redução de 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, ao passo que, em termos de volume, as quantidades exportadas foram de 6,6 milhões de toneladas, resultado 5,5% menor do que verificado nos seis primeiros meses de 2018 e que somente não foi pior devido ao aumento de 2% nos preços médios dos produtos químicos exportados pelo País. A redução da alíquota do Reintegra, em junho de 2018, dos anteriores 2% para ínfimos 0,1%, teve grande impacto no desempenho exportador do setor. Desde então, o patamar mensal de exportações se estagnou em US$ 1 bilhão; enquanto, anteriormente à medida, oscilava entre US$ 1,2 e US$ 1,4 bilhão mensais.
O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 14,1 bilhões no primeiro semestre deste ano. Nos últimos 12 meses (jul/18 a jun/19), esse indicador alcançou US$ 31 bilhões, sinalizando para a crescente possibilidade de um déficit recorde em 2019, caso se confirmem as projeções de um aumento mais intenso da atividade econômica nacional no segundo semestre.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, a recente a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia está em linha com a postura do setor químico brasileiro em favor de uma inserção comercial responsável. “Temos certeza que a conclusão do maior acordo comercial de todos os tempos, Mercosul e União Europeia, é um sinal para o mundo de uma política comercial forte para um novo Brasil e entendemos ser imprescindível a implementação de uma agenda de competitividade consistente, alicerçada nas reformas estruturantes nacionais, sobretudo da Previdência e a Tributária, e na superação das limitações relacionadas a logística, energia, burocracia, entre outras, para o pleno uso das potencialidades de comércio e especialmente de investimentos desse acordo e igualmente para a viabilização de novos acordos comerciais maduros, seguros e que permitam o desenvolvimento progressivo da política de integração comercial e o desenvolvimento econômico sustentável”, destaca Figueiredo.
Fonte: Abiquim