Produção e vendas internas sobem em outubro , mas caem no acumulado do ano e nos últimos doze meses

Os principais números de desempenho do segmento de produtos químicos de uso industrial registraram resultados positivos em outubro de 2022, na comparação com o mês anterior. Os índices de produção e vendas internas subiram 4,26% e 1,36%, respectivamente. Já as importações recuaram 10,3%, reduzindo, consequentemente, 0,3% a demanda interna (medida pelo consumo aparente, CAN). Na comparação com outubro do ano passado, todas as variáveis de volume exibem queda: produção -10,83%; vendas internas -2,75%; CAN -15,5%; e importações -27,7%.

No que se refere à utilização da capacidade instalada, o segmento operou no patamar de 71%, dois pontos abaixo do de outubro de 2021. Em relação aos preços, o segmento de produtos químicos de uso industrial registrou deflação de 8,04% em outubro de 2022, reflexo, basicamente, do mercado internacional

Confira na tabela abaixo os principais indicadores do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC), da Abiquim:

De acordo com Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, esses números refletem um mercado desaquecido, em relação àquele que se verificava entre o final do ano passado e o início deste ano, e um ambiente econômico mais restrito no mundo, notadamente após a deflagração do conflito entre Rússia e Ucrânia e os impactos sobre o cenário energético internacional, em especial do gás natural, com escassez e encarecimento de custos. 

Ferreira disse ainda que o cenário interno para o último trimestre deste ano também é desafiador, em razão das mudanças decorrentes do ambiente político e das expectativas quanto à nova administração no início do próximo ano. Apesar de todas as incertezas mencionadas, as projeções do Boletim Focus, do Banco Central, desta semana, mostram um cenário de crescimento do PIB brasileiro em 3,05% para este ano e essa projeção vem crescendo gradativamente, semana a semana.

O Boletim também projeta uma taxa Selic estável, até o final do ano, no patamar de 13,75%, e um dólar que, apesar das recentes oscilações, deve encerrar 2022 a um valor de R$ 5,25. Os mencionados reflexos da crise energética internacional têm impacto expressivo sobre a atividade mundial e, em especial, da indústria. Para a química, cujas matérias-primas básicas são provenientes do setor de óleo e gás, os desafios são ainda mais expressivos. Os preços dos energéticos em geral (óleo, gás e eletricidade) tem subido de forma intensa, a confiabilidade de suprimento tem sido prejudicada e não há expectativa de uma solução de curto prazo.

No acumulado de janeiro a outubro de 2022, sobre igual período do ano passado, todos os índices acompanhados apresentam resultados negativos. O CAN recuou 4,4%, refletindo, principalmente, a queda no volume importado de produtos químicos de uso industrial, que apresentou declínio de 10,7% em igual período, alcançando 43% da demanda interna. O índice de produção também recuou 3,17%, assim como o índice de vendas internas, que caiu 0,12%.

Apesar da desvalorização do real no acumulado deste ano, o volume exportado encolheu 6,7%, em relação ao período de janeiro a outubro de 2021, evidenciando a falta de competitividade da indústria nacional. O índice de utilização da capacidade instalada ficou em 72% na média entre janeiro e outubro de 2022. “Vale registrar que, caso o Brasil tivesse uma maior oferta de gás natural do pré-sal chegando ao mercado, poderia diminuir a remessa de divisas ao exterior, com importações originárias da Bolívia e via GNL, além de melhorar a competitividade da indústria local, bem como aproveitar as oportunidades do mercado externo, ressalta a diretora da Abiquim.

Nos últimos 12 meses, de novembro de 2021 a outubro de 2022, o índice de produção foi negativo em 2,48% sobre os 12 meses anteriores; o índice de vendas internas também recuou, com um índice de -2,13% e com o CAN registrando recuo de 3,1%. A utilização da capacidade instalada ficou em 72%. Mesmo com o declínio, as importações ainda permanecem com uma fatia expressiva da demanda local, alcançando 44% nos últimos 12 meses. 

Fonte: Abiquim

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