Unesp pesquisa soro para picada de abelha

Uma pesquisa que teve início há mais de 15 anos na Unesp de Botucatu poderia estar no mercado salvando vidas daqueles que são atacados por abelhas africanizadas. O soro antiveneno venceu as etapas pré-clínicas, aquelas desenvolvidas em laboratório, e aguarda avaliação de dois órgãos federais como Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep) para ser testado em seres humanos. Sem o teste, o soro não pode ser fabricado e as mortes continuam acontecendo. Dados do Ministério da Saúde apontam que 10 mil casos foram registrados em 2013, sendo que 40 deles ocorreram no Brasil.

Recentemente, um homem de 80 anos morreu dois dias depois de ser picado por aproximadamente 300 abelhas, em uma propriedade rural de Botucatu. Caso o medicamento estivesse disponível, a vítima teria chance de sobrevivência, avalia o médico infectologista e professor da Faculdade Medicina de Botucatu da Unesp Alexandre Naime Barbosa.

O coordenador-executivo do Centro Virtual de Toxinologia (Cevap) onde o soro foi desenvolvido, professor Rui Seabra Ferreira, é enfático em dizer que não existe no mundo um tratamento específico para as múltiplas picadas de abelhas. “Não tem soro antiveneno no mundo. Não sabemos se vai funcionar. Temos que testar, tanto a eficácia como a segurança. Solicitamos uma priorização de análise, eles estão avaliando se pode ser prioridade, visto que morre gente todos os dias de picada de abelha no País.”

Na avaliação de Barbosa, a demora na avaliação dos órgãos acarreta prejuízos incalculáveis. “Essas avaliações poderiam ser feitas em seis meses e se arrastam há dois anos.” Por conta disso, ele diz que o Brasil é extremamente atrasado nas pesquisas clínicas. “Os brasileiros nunca são incluídos nas pesquisas internacionais porque os órgãos regulatórios de avaliação desses projetos em seres humanos é extremamente lentos”. A lentidão nas avaliações não considera nem mesmo o lado econômico do trabalho. “Caso estivéssemos realizando esse estudo, e fosse aprovado, uma das possibilidades era patentear e vender o soro. Gerando recursos às instituições públicas brasileiras.”

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Fonte: Pfarma

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